Do artigo de Mário Soares no Diário de Notícias , um extracto intitulado «Portugal quase não existe»:
«Tal como o conhecíamos, Portugal, o nosso querido Portugal, está a desaparecer. Obra de um governo sem sentido patriótico nem qualquer visão, que em três anos destruiu grande parte do que teve de brilhante o nosso país. Um governo que é dirigido por um primeiro-ministro que todos os dias diz o contrário do que disse na véspera, e que não tem qualquer ideia quanto ao futuro. Mas que importância tem isso? Sabe que o Presidente da República o quer manter até ao fim e estará sempre ao seu lado, passe-se o que se passar... Apesar de saberem que todo o país está contra.
Há pois que não antecipar as eleições, que serão fatais para o governo, já que se não as anteciparem, quanto mais tarde ocorrerem, melhor...
Os portugueses insurgem-se contra um governo que só ataca os pobres e que praticamente já destruiu a classe média. Mas pergunto de novo: que importância tem isso? O fundamental é que se esconda o número dos emigrantes que saem do país, que se coloque como empregados beneficiários de formação profissional e não se contem como desempregados aqueles que, no desespero, já nem se inscrevem nos centros de emprego. É preciso que se diga que o desemprego real é de 20% e não de 13%.
A democracia, tal como foi, antes deste governo, já não existe. A voz do povo, que é quem vota, deixou para o Presidente da República e para o atual governo de ter qualquer importância. Aos pobres que se lhes cortem as pensões e os salários e que se deem grandes indemnizações aos gestores que levam empresas estratégicas à falência.
As eleições deixam de ter sentido. Para eles quanto mais tarde melhor. Os sindicatos passaram a ter a maior das dificuldades, a menos que façam o jogo do governo. Por isso as eleições devem realizar-se, como disse o Presidente da República, na data prevista, ou seja, o mais tarde possível. Pudera...
O que interessa é ir muito para além da troika, a que o governo obedece, e manter, calcule-se, a austeridade, que é uma desgraça para quem a sofre.
O governo anunciou-nos que, depois da troika, tudo ia mudar e que nunca estivemos tão bem. Ora, Portugal tem hoje a mais elevada taxa de empobrecimento dos restantes 27 países da União Europeia. O governo ultrapassou largamente o memorando de entendimento da troika, obtendo receitas fiscais inimagináveis.
Os portugueses que não emigraram cada vez recebem menos e estão ou caminham para uma situação de pobreza assustadora. Como no passado nunca aconteceu. Talvez por isso a criminalidade é também cada vez maior.
É este o estado do nosso país depois de três anos de governação. Com um Presidente da República que só vê o partido do governo, que é, diga-se, o partido a que sempre pertenceu...»
Há pois que não antecipar as eleições, que serão fatais para o governo, já que se não as anteciparem, quanto mais tarde ocorrerem, melhor...
Os portugueses insurgem-se contra um governo que só ataca os pobres e que praticamente já destruiu a classe média. Mas pergunto de novo: que importância tem isso? O fundamental é que se esconda o número dos emigrantes que saem do país, que se coloque como empregados beneficiários de formação profissional e não se contem como desempregados aqueles que, no desespero, já nem se inscrevem nos centros de emprego. É preciso que se diga que o desemprego real é de 20% e não de 13%.
A democracia, tal como foi, antes deste governo, já não existe. A voz do povo, que é quem vota, deixou para o Presidente da República e para o atual governo de ter qualquer importância. Aos pobres que se lhes cortem as pensões e os salários e que se deem grandes indemnizações aos gestores que levam empresas estratégicas à falência.
As eleições deixam de ter sentido. Para eles quanto mais tarde melhor. Os sindicatos passaram a ter a maior das dificuldades, a menos que façam o jogo do governo. Por isso as eleições devem realizar-se, como disse o Presidente da República, na data prevista, ou seja, o mais tarde possível. Pudera...
O que interessa é ir muito para além da troika, a que o governo obedece, e manter, calcule-se, a austeridade, que é uma desgraça para quem a sofre.
O governo anunciou-nos que, depois da troika, tudo ia mudar e que nunca estivemos tão bem. Ora, Portugal tem hoje a mais elevada taxa de empobrecimento dos restantes 27 países da União Europeia. O governo ultrapassou largamente o memorando de entendimento da troika, obtendo receitas fiscais inimagináveis.
Os portugueses que não emigraram cada vez recebem menos e estão ou caminham para uma situação de pobreza assustadora. Como no passado nunca aconteceu. Talvez por isso a criminalidade é também cada vez maior.
É este o estado do nosso país depois de três anos de governação. Com um Presidente da República que só vê o partido do governo, que é, diga-se, o partido a que sempre pertenceu...»
Fonte: http://ift.tt/1EwIFSA
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