2012-05-29

A dupla ou a tripla?


Por último, esta ideia de remeter o processo para a ERC é muito original: como se sabe, a ERC é uma entidade reguladora (teoricamente) independente, mas o Governo intervém no processo de designação dos seus membros. Aliás, se verificarmos com atenção, os membros designados pelo executivo são pessoas próximas de Miguel Relvas. Por conseguinte, esta ideia do Governo (e da bancada do PSD) de rejeitar a audição de Relvas no Parlamento, remetendo o caso para a ERC é a forma encontrada para matar o assunto subtilmente. Aproveito, ainda, para acrescentar que a opinião divergente da directora do Público face à posição do Conselho de Redacção não causa estranheza: há redacções sobre as quais Miguel Relvas tem quase um poder paternal sobre elas, resultado de muitos anos a acarinhar jornalistas - Relvas considera que a melhor forma de conquistar e perpetuar o poder é dominar os jornalistas. Atenção: não assevero que os jornalistas do Público (ou o seu Conselho de Redacção) se encontram numa posição de subserviência face a Miguel Relvas, mas sei, por conhecimento pessoa, que há muito boa gente, no meio da comunicação social, que tem pavor (que se confunde em certos casos com admiração) de Miguel Relvas. Nós já conhecemos a decisão da ERC: nada se irá provar. E vamos continuar todos felizes e contentes, até à próxima jogada de Relvas, Silva Carvalho; Carvalho, Relvas - a dupla que melhor define o que é a nossa democracia actualmente.

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